domingo, 12 de dezembro de 2010

Me preguntaro onde é queu moro

Puronde é mermo que podem me incrontá

Se eu tenho um inderesso certo

Cuma é que se sabe qui eu tô por perto

Onde é mermo queu custumo me hospedá.


Eu moro onde mora os Passarim

Onde ainda um riacho se pode incontrá

Moro onde o sol nasce bem cedim

E onde a noitinha a gente se banha de luár

Moro onde os sorriso ainda disabrocha

E onde ainda se conjuga o verbo Amar.


Moro no corassão da terra

Moro no ispelho das zágua do Már

Moro onde uma viola intôa uma cantiga

Fazendo os zói dagente marejar

Moro onde as pessoa me recebe

E faz cum quê eu quêra ali ficá.


Moro no mei dos poeta doido que nem eu

Moro as marge do ri que banha a minha alma

Onde o vento assubia a cantiga que me acalma

E as zandurinha me arrescorda que é tempo de arribá

Prumode que inveiz de fincá no chão meus pé

Deus me deu duas asa pra avuá

E derna que disso eu tumei cunhecimento

Nunca mai em lugá ninhum quis acampá.


E ói, num se avexe não...em quarqué canto desse mundo

O meu corassão o seu vai incrontá.

Zufirina, 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

As veiz eu, as veiz ocê

Temo munto a falar

Mai né tão facil dizê

Poi difíci né falar

Difíci é aguentar

O que vem depoi do dito...


As veiz eu num acridito

Que temo livre expressão

Prumode que muntas veiz

O que vemo é repressão

travestida de direito

de a tudo respondê...


Se nói pensa dôtro jeito

Assim mei que diferente

Do que as zôtra pessoa

Fala, pensa, cala ou sente

o mundo dezaba e nóis

tem que se calá pra sempre.


E num é certo nóis calar

Abri mão do que cridita

Prumode que o podê

Valor a nóis num credita

Fale sim e bem alto pôi

quem more calado é sapo

Debaixo de pé de boi.


Zufirina 2010

O amor de mim se aprochegou

Tocou minha mãoo e foi dizeno assim

Se as pessoa amasse como diz que ama

Se o amor tivesse mermo a fama

Que as pessoa fala puraí

Pode acriditar cumade

A vida siria só filicidade

E Paz ia reiná pra sempre aqui.


Aí eu iscabriada ao amô preguntei

Me diz o que de verdade ocê é

Ôce é anjo, home ou mulé…???

Cuma é que nói pode lhe reconhecê

Cuma é que nói pode ter certeza

Que o que incontrô, o que se faz, o que se dá

É de verdade, mai de verdade ocê?


E o Amor se afastô um pouco

Pra queu no seu zoim pudesse olhá

E quais que numa cantiga foi dizeno assim

Zufirina, amar se aprende amando

Amor é verbo, movimento, ação

Amor é cuma o sal que dá sabô

A mais frugal das refeição

E o lugar onde ele vive amiga minha

É onde ocêis chama coração.

E esse coraçãoo, me acridite, né no peito

É no interiô da mente umana

É de lá minha cumade que demanda

As mais clara e mais mió ação.


O amor ta sempre revestido de paixão

Proque paixão é o que move a gente

Paixão num é aquilo que se sente

E que se acaba num instante

Paixão é a energia do amor

Que faz a gente fazê o que jamais pensô

E nunca causa a nóis arrependimento

Pois o amor é de todos o mandamento

Que nunca, nunca perdeu o seu valô.


Zufirina da Silva 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Se da vida um cuadro eu pintasse

Cum certeza seria multicô

Vremei cor de fogo eu pintava a ouzadia

Das pessoa que sem se canssá, noite e dia

Ispaia aonde passa o Amor.


Azuzim côr do céu siria a isperança

De quem nunca diziste de sonhá

Já de verde eu pintaria a paz

Que é a cor que abre o siná

Pra que pra frente a gente quera ir

Sem nunca querê vortá pra traz.


Cor de laranja pintava a aligria

E de lilás os sorriso mais incantador

De rosa bem clarim os poema mais bunito

Que nós cuchica nos zuvido dos amôr

Fazeno as zistrêla dispencá do infinito.


E eu ia ispaiá na tela

Uma chuva de muitas zôtras cor

Formano um céu cheiim de istrêla

E todo mundo de braço istentido

Cum a mais bunita fulô em cada mão

Dizeno, sem palavra, pra mió sê intendido

Que mais que a boca deve falá o corassão.


E adispois da obra sê pintada

Uma bela serenata ia fazê

E a cantiga imbalada pelo vento

A luz da lua cum o fogo da paz ia acendê

Pra que nunca um solitário coração

Por razão ninhuma dezistisse de viver.


Zufirina, 2010



domingo, 23 de maio de 2010

Aqui tô eu assentada

Na sombra das tamarina

Arrescordando o tempo

De quano eu era minina

E ói já faz munto tempo...

Mai pro meu contentamento

Parece que foi anteonte.


Sinto no peito uma sordade

Mai num chega a sê tristeza

É uma sordade sardosa

Uma coisa inté gostosa

Que é bom de se sentir...

E de veiz inquanto inté

Faz eu me pôr a sirrir.



Me alembrano aqueles tempo

Lá no siitio onde eu morava

Cum toda a minha famia

E sabe queu nem sabia

O quéra priocupação?

Tudo pra nói era aligria

Cum gostinho de sertão.


Nói a corrê nos terrero

Ou tumano bãe nos ri

Subindo nos pé de manga

e nos pé de goiabêra

Armano os nosso quichó

Pra vê se um preá pegava

De tudo a gente brincava

Tudo era aligria só.


Num sei se vortá o tempo

Praquele tempo eu quiria

O que nói viveu foi bom

E feiz bom os zôtros dia

Que cada dia nasceu...

E o que nóis tem a fazer

É a Deus agradicer

Por tudo quele nos deu.


É isso!

Zufirina, 2010



sábado, 3 de abril de 2010

Essa sumana istive a refretir
assobre tudo que Jesuis viveu
a imensa dor que feiz Ele sentir
a traição de um amigo Seu.

Um amigo que teve lado a lado
Ouvindo suas mensage de Amor
Mai que por pouco dinheiro foi comprado
Traindo um inocente que só a Paz pregou.

Que nóis aprenda a ser Cuma Jesuis
Que só de Amor encheu seu coração
E mermo sofreno pregado uma cruiz
A seus carrasco ofereceu perdão.

E que a páscoa para nóis num seja
Apenas uma coisa superficiá
Que além dos chocolate e dos cuelho
Nói saiba que é Jesuis que nói deve celebrá.

Poi a Páscoa é a Ressurreição
Do Amor que num se deixou abater
Que se dobrou e sofreu até o extremo
Mermo chegano ao ponto de morrer
Mai que treis dia adispois ressussitou...

É a Páscoa de Jesuis nosso Senhor!

Zufirina, Páscoa 2010

sábado, 6 de março de 2010

Onte a noite assisti

O rei lião na broduei

Me imocionei cum qui vi

E cum a emoção qui sinti

Pru passado arretornei.


O que o lião rei

Ao fiinho insinou

Os mermo insinamento

Do meu pai me alembrou

Quano a noi ele dizia

Nunca isquessa que a famia

Foi Deus do céu quem doou.


Valores Cuma lialdade

onestidade, retidão

Nói nunca deve isquecer

E sempre uma boa intenção

Vale a pena a gente ter.


Num si aperriá se difici

A vida as veiz paricê

Haverá sempre uma saida

Pra quem respeita o vivê

Pra quem pratica a justicia

E o bem faiz fulorecê.


Se nói num perde a isperanssa

Se nói a fé alimenta

Num tem probrema no mundo

Qu traga pra nói tormenta

E os dia qui nói viver

Mermo cum as dificudade

Uma benssa há de ser.


É isso!

Zufirina, passiano im Noviorque cum a cumade Ormaiza, amiga dela.

2010


quarta-feira, 3 de março de 2010


Quantas zistrada ainda vou corrê?

Quantos nascê se sol vou contemprá?

Quantas fulôres ainda vou colhê?

Quantos amores ainda vô amar?


Quantas pregunta vou ter que respondê?

Quantas resposta ainda vão me dá?

Quantas verdade vão me iscondê?

Quantas mintira ainda vão contá?


Quantas palavra se perderão ainda?

Quantas cunversa sem sintido inda vão tê?

Quantas promessa num serão cumprida?

Quantas mardades ainda vão fazê?


Há munta coisa a se interrogá

Há munta coisa qui nóis nunca vai sabê

Acho mió mermo é nóis cuidá

De feliz, bem feliz nessa vida sê.


E se nunca acabá as zinterrogação

Qui nói num dizista de vivê

E de Amor incher o coração

E cum Amor as pregunta tentá arrespondê. Ou nao!


É isso aí meus zamigo

To cuntigo, cum pregunta ou sem pregunta.


Ponto final!

Zufirina


Caminhano pela zitrada dessa vida
Entre fulôres, ispinho e ventania
Nunca me cansei divido a lida
Mai as veiz fiquei cansada cum o que via.

Vi surrisos istampado em rostos triste
E vi tristeza se misturano cum aligria
Vi pessoas percurano amor onde num izisti
E vi outras a lamentar os que partia.

Vi criança cresceno em lar filiz
E vi lar se dismanchano em agunia
Vi gente transformano em pó de giz
As pocas riqueza que cum tanto trabaio consiguia.

Mai nunca que disanimei
Nunca dexei de acriditá
Qui um dia, pelo meno uma veiz
A humanidade vai ter qui se ajeitá
Prumode que senão perde o sintido
O vivê que é a mio coisa que há.

Zufirina

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Nada mió que um surriso
Ou a dossura de um olhá
Um silêincio comprendido
Ou Uma mão istendida
Quando nas vortas da vida
Nois quaise perdido istá.

Nada mió que um abrasso
Nas hora filiz ou triste
Nada nesse mundo iziste
Mai mió qui a amizade
De quem só filicidade
Amor e paz pra nóis quer.

Nada mió que de noite
Sentado numa carçada
Um ventim fresco correno
E os zamigo a prosiá
Se alembrano das zistórias
Que só prazê contá dá.

Nada mió que ta vivo
Percurano sê filiz
E filiz tomem fazê
Nada mió que iscrevê
Na rocha do corassão
Da vida a mió parte
E as mió rescordassão.

Eita isso é qui é vivê!

Zufirina, 2010

Seu te contá qui cridito
Nas coisa boa da vida
Ocê vai me acriditar?
Pois to eu de novo aqui
Pra cum ocê cunverssá.

Hoje de menhã bem cedo
Dano uma vorta no jardim
Avistei uma baibuleta
Bateno as asa pra mim
E assim qui mi avistô
Foi logo dizeno assim:

Minha amiga Zufirina
Ta veno eu avuando?
Onte avuá eu num pudia
Poi eu num tinha inda asa
Mai meu casulo se abriu
E agora o mundo é minha casa.

Eu tava mei assustada
Me sintino bem fraquinha
Mai lutei cum paciênça
E nunca qui disisti
E poi num é que venci!

Agora tudo mudou
Vejo o céu bem azuzim
Oiço a canção do vento
E as frô sirrindo pra mim
E acho bom demai vuá
Arredó desse jardim.

Poi munto bem minha amiga
Ocê assim cuma eu
Pode tomem avuá
Esse mundo é todo seu...
Se alevanta
Se disabanca
Vai lá!

Zufirina, 2010


Prantei cum muito cuidado
Uma simente em meu jardin
Mai vei um só iscardante
E em meno de um instante
Minha simente morreu

Fiquei a imaginá
O que eu divia ter feito
Cum aquela minha simente
Queu quiria vê crecê...

Intonce me apercebi
Qui fartô o essenciá
Prumode qui me ocupei
Cum mai do que eu divia
Mi isquici de aguá.

E assim tomem ocorre
Cum cada uma e um de nóis
Nói inté pranta amizade
Mai pru infilicidade
Ou arguma dipricencia
Nói sisquece de regá
Cum a Agua do Amôr
Qui fai crescê toda frô
Pá vida imbelezá.

Zufirina - 2009