domingo, 12 de dezembro de 2010

Me preguntaro onde é queu moro

Puronde é mermo que podem me incrontá

Se eu tenho um inderesso certo

Cuma é que se sabe qui eu tô por perto

Onde é mermo queu custumo me hospedá.


Eu moro onde mora os Passarim

Onde ainda um riacho se pode incontrá

Moro onde o sol nasce bem cedim

E onde a noitinha a gente se banha de luár

Moro onde os sorriso ainda disabrocha

E onde ainda se conjuga o verbo Amar.


Moro no corassão da terra

Moro no ispelho das zágua do Már

Moro onde uma viola intôa uma cantiga

Fazendo os zói dagente marejar

Moro onde as pessoa me recebe

E faz cum quê eu quêra ali ficá.


Moro no mei dos poeta doido que nem eu

Moro as marge do ri que banha a minha alma

Onde o vento assubia a cantiga que me acalma

E as zandurinha me arrescorda que é tempo de arribá

Prumode que inveiz de fincá no chão meus pé

Deus me deu duas asa pra avuá

E derna que disso eu tumei cunhecimento

Nunca mai em lugá ninhum quis acampá.


E ói, num se avexe não...em quarqué canto desse mundo

O meu corassão o seu vai incrontá.

Zufirina, 2010