Me preguntaro onde é queu moro
Puronde é mermo que podem me incrontá
Se eu tenho um inderesso certo
Cuma é que se sabe qui eu tô por perto
Onde é mermo queu custumo me hospedá.
Eu moro onde mora os Passarim
Onde ainda um riacho se pode incontrá
Moro onde o sol nasce bem cedim
E onde a noitinha a gente se banha de luár
Moro onde os sorriso ainda disabrocha
E onde ainda se conjuga o verbo Amar.
Moro no corassão da terra
Moro no ispelho das zágua do Már
Moro onde uma viola intôa uma cantiga
Fazendo os zói dagente marejar
Moro onde as pessoa me recebe
E faz cum quê eu quêra ali ficá.
Moro no mei dos poeta doido que nem eu
Moro as marge do ri que banha a minha alma
Onde o vento assubia a cantiga que me acalma
E as zandurinha me arrescorda que é tempo de arribá
Prumode que inveiz de fincá no chão meus pé
Deus me deu duas asa pra avuá
E derna que disso eu tumei cunhecimento
Nunca mai em lugá ninhum quis acampá.
E ói, num se avexe não...em quarqué canto desse mundo
O meu corassão o seu vai incrontá.
Zufirina, 2010