sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Nada mió que um surriso
Ou a dossura de um olhá
Um silêincio comprendido
Ou Uma mão istendida
Quando nas vortas da vida
Nois quaise perdido istá.

Nada mió que um abrasso
Nas hora filiz ou triste
Nada nesse mundo iziste
Mai mió qui a amizade
De quem só filicidade
Amor e paz pra nóis quer.

Nada mió que de noite
Sentado numa carçada
Um ventim fresco correno
E os zamigo a prosiá
Se alembrano das zistórias
Que só prazê contá dá.

Nada mió que ta vivo
Percurano sê filiz
E filiz tomem fazê
Nada mió que iscrevê
Na rocha do corassão
Da vida a mió parte
E as mió rescordassão.

Eita isso é qui é vivê!

Zufirina, 2010

Seu te contá qui cridito
Nas coisa boa da vida
Ocê vai me acriditar?
Pois to eu de novo aqui
Pra cum ocê cunverssá.

Hoje de menhã bem cedo
Dano uma vorta no jardim
Avistei uma baibuleta
Bateno as asa pra mim
E assim qui mi avistô
Foi logo dizeno assim:

Minha amiga Zufirina
Ta veno eu avuando?
Onte avuá eu num pudia
Poi eu num tinha inda asa
Mai meu casulo se abriu
E agora o mundo é minha casa.

Eu tava mei assustada
Me sintino bem fraquinha
Mai lutei cum paciênça
E nunca qui disisti
E poi num é que venci!

Agora tudo mudou
Vejo o céu bem azuzim
Oiço a canção do vento
E as frô sirrindo pra mim
E acho bom demai vuá
Arredó desse jardim.

Poi munto bem minha amiga
Ocê assim cuma eu
Pode tomem avuá
Esse mundo é todo seu...
Se alevanta
Se disabanca
Vai lá!

Zufirina, 2010


Prantei cum muito cuidado
Uma simente em meu jardin
Mai vei um só iscardante
E em meno de um instante
Minha simente morreu

Fiquei a imaginá
O que eu divia ter feito
Cum aquela minha simente
Queu quiria vê crecê...

Intonce me apercebi
Qui fartô o essenciá
Prumode qui me ocupei
Cum mai do que eu divia
Mi isquici de aguá.

E assim tomem ocorre
Cum cada uma e um de nóis
Nói inté pranta amizade
Mai pru infilicidade
Ou arguma dipricencia
Nói sisquece de regá
Cum a Agua do Amôr
Qui fai crescê toda frô
Pá vida imbelezá.

Zufirina - 2009


Minino eu ti cunheço
derna qui tu istraçaiava
a saia de Maria de Lió
pulando inrriba da véa(cum todo respeito)
sem caridade nem dó.

O pobrema é qui casei
e me mudei pá Bahia
adispoi fiu pá sumpalo
fiquei longe da famia
mai me alembro de tudim
cuma se fosse hojindia.

Adispoi fiquei viúva
e me danei a viajá
hoje tô num canto aqui
amenhã tô aculá
mai fique certo qui im mauço
nói vamo se incrontá.

É que sua irmã Maisa
já acunvidou eu
pá festa de anivessaro
da cumade D.Bida
vô tá lá toda cuntente
no mei de toda essa gente
qui pá mim é tão quirida.

Num se avexe cumpade
deu ocê vai se alembrá
e das coisa lá do Istreito
nói vamo arrescordá
e no mei de nossa festa
fazê o tempo vortá.


Zufirina


Meis de Julho tá findano
Mai a festa de Santana
Em Caicó inda não
O povo munto contente
Celebrano a Padrueira
Apruveita ais noite intera
Cuns zamigo e cum as Famia
Quer de noite, quer de dia
A animação é maió
E o sertão de Caicó
De animação se alumia.

Gente vem de todo canto
Pra festa homenagiá
De dia tão no Iate
De noite na Catedrá
Nas praça e lá na Ilha
Cuma uma grande Familha
Nas festa ou a rezá
Pidino bença a Santana
A Sinhora do Sertão
Que mora no coração
Do Povo do Siridó.

Dezejo a ocês tudim
Tudo que for de mió
Si Deus quizé inda vô
Um dia ai vortá
Pra prestigiá a festa
E com Santana rezá
Poi Caicó inda é
Do mundo o mio lugá.

Por oje é só, cum sordade
De ocês eu mi dispeço
Qui Santana abencoi
A noi todos...é o qui peço!

Zufirina

Se a tristeza acampô
Arredó de sua vida
E se arguma má lembrança
Abriu de novo a firida
Que já tava quais sarada...
Num perda essa parada
Rispire fundo, alevante
E toque pra frente a vida.

Num se atrapai cum as maudade
Cum as zinveja e ambição
De quem só sabe vivê
Inxarcando o coração
E o juízo da gente
Cum a lama que a serpente
No paraíso ispaiô
Se benza, passe pru riba
E toque a vida pra frente

Arresponda só cum o bem
O má que argúem le fizé
Mantenha fechado o corpo
Cum a fechadura da Fé
Pessa a Deus protessão
E enxa seu coração
Dos mai mió sintimento...
Que lhe vai lhe mostrá de novo
Da vida o contentamento

E...toque a vida pra frente!

Zufirina, 2009