domingo, 23 de maio de 2010

Aqui tô eu assentada

Na sombra das tamarina

Arrescordando o tempo

De quano eu era minina

E ói já faz munto tempo...

Mai pro meu contentamento

Parece que foi anteonte.


Sinto no peito uma sordade

Mai num chega a sê tristeza

É uma sordade sardosa

Uma coisa inté gostosa

Que é bom de se sentir...

E de veiz inquanto inté

Faz eu me pôr a sirrir.



Me alembrano aqueles tempo

Lá no siitio onde eu morava

Cum toda a minha famia

E sabe queu nem sabia

O quéra priocupação?

Tudo pra nói era aligria

Cum gostinho de sertão.


Nói a corrê nos terrero

Ou tumano bãe nos ri

Subindo nos pé de manga

e nos pé de goiabêra

Armano os nosso quichó

Pra vê se um preá pegava

De tudo a gente brincava

Tudo era aligria só.


Num sei se vortá o tempo

Praquele tempo eu quiria

O que nói viveu foi bom

E feiz bom os zôtros dia

Que cada dia nasceu...

E o que nóis tem a fazer

É a Deus agradicer

Por tudo quele nos deu.


É isso!

Zufirina, 2010



Nenhum comentário:

Postar um comentário