
Na sombra das tamarina
Arrescordando o tempo
De quano eu era minina
E ói já faz munto tempo...
Mai pro meu contentamento
Parece que foi anteonte.
Sinto no peito uma sordade
Mai num chega a sê tristeza
É uma sordade sardosa
Uma coisa inté gostosa
Que é bom de se sentir...
E de veiz inquanto inté
Faz eu me pôr a sirrir.
Me alembrano aqueles tempo
Lá no siitio onde eu morava
Cum toda a minha famia
E sabe queu nem sabia
O quéra priocupação?
Tudo pra nói era aligria
Cum gostinho de sertão.
Nói a corrê nos terrero
Ou tumano bãe nos ri
Subindo nos pé de manga
e nos pé de goiabêra
Armano os nosso quichó
Pra vê se um preá pegava
De tudo a gente brincava
Tudo era aligria só.
Num sei se vortá o tempo
Praquele tempo eu quiria
O que nói viveu foi bom
E feiz bom os zôtros dia
Que cada dia nasceu...
E o que nóis tem a fazer
É a Deus agradicer
Por tudo quele nos deu.
É isso!
Zufirina, 2010
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