sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Me assentei na varanda
E me pus a ispiá
O céu cheiim de istrela
E os anjim a brincá
Cum a lua pratiada
Que tocava uma toada
Pras istrela animá.

Fiquei ali assentada
Sem ver o tempo correr
Sem me apreocupá
Com quarqué coisa que fosse
Que num fosse olhá pru céu
Então peguei um papel
E me pus a iscrivinhá.

A mais primeira palavra
Que no papé iscrivi
Foi a palavra: Aligria
Era o que eu mai sintia
Olhando aquele isprendor
Inquanto que lá do céu
Num pedacim de papel
Um anjo iscrivinhou:

Zufirina nunca isqueça
Que nadinha nessa vida
Deve lhe amulengar
Tirano sua aligria
Num se intregue a tirania
De quem só sabe jugá
sem fazê aos zotro bem
Sem a si mermo e a ninguém
ter amor e respeitar.

Fiquei ali matutano
Pensano meus pensamento
Se hovesse mais sintimento
No coração das pessoa
tudo era diferente
Poi então minha gente
Vamo logo começá
Puxe ai uma cadeira
Vamo pro céu ispiar
E a primera palavra
No papé a iscrevê
Vai ser a palavra Amar!

Zufirina, 2009

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