sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Abri a gaveta lacrada do velho armário

onde guardo ainda algumas lembranças...

Fotos empoeiradas, cartas escritas por alguém quem já nem reconheço.

Pedaços de mim, às vezes

ao avesso.

Num envelope amassado, flores secas; e no amarelado papel

a mentira, que um dia pareceu verdade, escrita em letras douradas.

O soriso que se abre no meu rosto tem sabor de revanche e de vitória.

Sacudo a poeira

Tranco a porta da velha gaveta

e me reencontro no agora onde as verdades não precisam

de camuflagens douradas,

as flores não perdem o frescor e o perfume e

as palavras são legítimas e plenas de significado.

Tiro os meus sapatos para sentir a suavidade da grama macia que me acaricia os pés.

Entre as folhas secas que o outono começou a retirar das árvores

vejo um velho pedaço de papel, com letras douradas que nada dizem...

e uma fotografia amarelada, envelhecida,

gestos paralizados e sem vida

como a lembrança

de quem mentiu em letras de ouro.

(Zufirina - tentando fazer-se entender por quem nao entendeu ainda que o AMOR nao precisa dos sofisticados codigos de linguagem)

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